Depressão parte 2

Prazeres

Bem, de volta à nossa estória, entitulei de prazeres uma fase posterior a tudo que escrevi em depressão. Passei um tempo sem tentar me matar. Como eu  disse, fiquei com medo de ir pro inferno..hehehe.. vai que fosse? ou como os espíritas falam, pro vale dos suicidas....
Comecei a tentar me concentrar em outras coisas, mudar de foco, passar por cima das desgraças e focar no que havia de bom na vida.
Virei CDF. Eu já era uma boa aluna que passava direto, não ficava de recuperação, não tirava nota vermelha, mas estrapolei. Minha vida virou estudar. Pensei assim no auge dos meus 15 anos... vou estudar pra caramba, ser juíza, mostrar pra todo mundo que consegui vencer na vida mesmo sem pai nem mãe e contra a vontade da vovó, ganhar muito dinheiro e talvez aí eu seja feliz.... A vovó fazia tudo pra atrapalhar meus estudos pq ela dizia que todo advogado era ladrão.... e dizia q eu ia ficar doida de tanto estudar...rsrs.. axo q fiquei um pokinho mesmo...
Depois de chorar lágrimas de sangue passei pra direito na melhor universidade, e pública claro, não tinha grana pra nada... enquanto levava a facul, entrei naquelas de adolescente sem rumo... álcool, cigarro, e muito sexo. Não me droguei não. Tinha medo da droga afetar meu cérebro e ficar burra.. ainda bem...
Bebi, bebi, fumei, fumei, transei, transei, chorei, chorei...
Era legal beber, fumar e esquecer por um tempinho dos problemas. Transar então é bom demais. O problema é q são prazeres muito passageiros.. aí a gente começa a beber mais, transar mais... afinal eram as únicas coisas boas que eu tinha na vida...
Cansei sabe? os prazeres da vida são passageiros e apenas nos afastam da percepção da realidade por um pequeno espaço de tempo... inclusive das aulas da facul q eu faltava pra dar uma no banheiro rapidinho ou ir pro forró dançar bêbada.
Tudo era ótimo na hora, mas piorava depois. Eu sentia um vazio tão grande em mim. A ressaca do dia seguinte era acompanhada de muita solidão e angústia. Isso tava piorando...
Então voltei a pensar no porque de existir, de estarmos no mundo, no sofrimento existente... (continua)