Estamos na terceira parte da estória....
Eu digo que existe dois tipos de depressivo: o depressivo ateu e o depressivo crente.
O depressivo ateu é aquele que tenta na psicologia, na auto ajuda, nos remédios e similares uma solução para esse problema neurológico chamado depressão, tem uns que melhoram razoavelmente com medicação. pelo menos até se matar (muitas vezes).
Tem tb o depressivo crente. Era o meu tipo. É aquele que não vê na angústia um mero fator biológico desajustado, mas crê que existe algo, que ele não conhece, que explica tudo o q tá acontecendo. Eu sentia em mim que existia algo que eu tinha q descobrir, entender. Eu acreditava que Deus existia, então se ele realmente existia, queria saber porque as coisas tinham que ser do jeito que são. É... muita filosofia... A maioria dos depressivos que conheço ou conheci são deste tipo.
Ai o q a gente faz? busca resposta nas religiões claro!!
Durante todo o período que já relatei, eu sempre buscava informações religiosas... Eu queria saber a verdade, se Deus existia ou não, e Jesus era o Salvador ou um profeta? será que ele tinha existido mesmo? Por favor, eu como pessoas intelectualizada não aceitava qualquer informação não...
Estudei em colégio de freira durante todo o 1º grau (agora fundamental, né? tô velha...). Foi horrível! Gostei de poucas freiras, as demais eram o cão. Mas tá, sempre dá pra piorar.. fiz o 2º grau com os padres... tinha uns que viviam bêbados e diziam que não tinha problema beber pq Jesus bebia vinho....
Mas tinha um padre legal. Ele era o diretor, cara muito estudado, racional, teve muita paciência comigo e me ensinou muitas coisas.
Quando eu era criança, a minha família teve envolvimento com macumba, espiritismo e até as filosofias da seicho-no-ie. Tudo quanto é livro eu li.
A vovó se converteu numa igreja evangélica, aí eu começei a ler a Bíblia, li todinha. Aí eu contestava com os espíritas e outros as informações que tinham lá na bíblia. Com o padre no colégio tb. Mas padre, tá escrito que não pode fazer imagens, tá escrito que não pode ter outros deuses, Maria falou isso e aquilo, enfim, tudo na bíblia que derrubava o catolicismo. Eu gostava que o padre era muito cabeça e não mentia pra mim. Explicava o que era bíblia e o que foi criação da igreja católica ao longo dos anos, ou criação do povo também que se fez cultura católica... Eu queria saber do paradeiro dele hj... falávamos dos milagres da bíblia, daqueles que já tinham comprovação científica de que realmente existiram. Ele explicava como Deus fez os milagres usando dos próprios recursos "terrenos", muita coisa interessante, ele me emprestava livros...
Frequentei um tempo a igreja da vovó, até que contestei o pastor à luz da bíblia e ele não conseguiu me dar respostas. Difícil me enrolar..
Busquei também as doutrinas orientais.. achei bem interessante o catolicismo ortodoxo, pesquisei sobre o hinduísmo, o islã, budismo.. lógico que como qualquer adolescente me joguei na astrologia, numerologia e outras gias....
Mas a leitura da bíblia me deixou com muita afinidade com o judaísmo. Eu cri realmente no grande Eu Sou, no Senhor dos Exércitos, aquele que escolheu o povo de Israel como seu povo.. até pensei em me converter ao judaísmo.. Aí procurei saber mais de Jesus pra saber se ele era profeta ou Messias... qto estudo...aff! tantas informações que eu tive...
E como depressiva crente que eu era (rsrs) eu sentia que existia um Deus que além de criar o mundo tinha cuidado comigo. O papai antes de matar a mamãe disse que ia matar a gente, o que ele não fez e eu acreditava que Deus não tinha permitido. Também em algumas situações extremas eu pedi auxílio aos céus, rezei do meu jeito, e fui respondida, era fato.
Só teve um problema, essas informações não resolviam meus problemas... eu continuei vazia...
